Vale a Pena Fazer Faculdade na Área da Tecnologia em 2025?
A faculdade de tecnologia ainda é um bom investimento em 2025? Um estudante de Engenharia da Computação analisa o mercado, a ascensão da IA e a importância do conhecimento sólido para o futuro da programação.
Fábio Andrade
8/20/20253 min read


O mercado de tecnologia continua em plena expansão, e a demanda por profissionais qualificados não para de crescer. Segundo relatório da Forrester, os investimentos globais com tecnologia devem ultrapassar US$ 4,9 trilhões em 2025, impulsionados por áreas como nuvem, dados, segurança e, claro, inteligência artificial. Isso se reflete em mais vagas e mais oportunidades.
No Brasil, embora o cenário econômico possa ter seus altos e baixos, o setor de TI se mantém resiliente. Um estudo da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) indicou que o setor de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) no Brasil deve gerar mais de 700 mil novas vagas até 2025.
No entanto, há um detalhe crucial: a busca não é apenas por "qualquer" profissional, mas por aqueles com habilidades específicas e uma capacidade de adaptação que vai além da sintaxe de uma linguagem de programação.
O Mercado de Tecnologia em 2025: Crescimento Contínuo e Novas Demandas
Se você está pensando em entrar para a área de tecnologia, ou mesmo se já está nela, provavelmente a pergunta "Vale a pena fazer faculdade na área da Tecnologia em 2025?" já passou pela sua cabeça. Com a proliferação de bootcamps, cursos online rápidos e, claro, a ascensão vertiginosa da Inteligência Artificial gerando código, essa questão se tornou ainda mais pertinente. Como estudante de Engenharia da Computação, eu vejo os dois lados da moeda: a atração por caminhos mais curtos e a necessidade de uma base sólida. Vamos refatorar essa questão juntos.
A Nova Onda: IA e a "Programação Superficial"
A ascensão das IAs generativas, como as que criam código, é um marco. Ferramentas como GitHub Copilot e ChatGPT são revolucionárias, permitindo que pessoas com pouco ou nenhum conhecimento aprofundado em programação gerem scripts, funções e até aplicações inteiras. É tentador, certo? Parece que a barreira de entrada diminuiu drasticamente.
Uma prática que vem sendo muito popularizada, é a de "Vibe Code". Esse termo é usado para se referir ao método de desenvolvimento, no qual o "programador" não precisa do conhecimento técnico, já que uma IA irá desenvolver todo o código. Parece muito simples, mas essa prática carrega problemas que, no momento, não são vistos como tão relevantes, mas que no longo prazo podem se tornar um "tiro no próprio pé"
Essa dualidade se dá por um fundamento lógico da programação: "Quanto maior o código, maior o número de erros". Dessa perspectiva, "desenvolvedores" que não possuem conhecimento sobre programação não conseguem resolver possíveis erros, muito menos otimizar os códigos gerados por IA.
Imagine que você está construindo uma casa. A IA é um robô super eficiente que consegue desenhar as paredes, colocar o telhado e até as instalações básicas em tempo recorde. Mas, se você não entender de arquitetura, engenharia estrutural ou dos fundamentos de encanamento e eletricidade, como vai saber se a casa não vai desabar na próxima chuva ou se a instalação elétrica não vai causar um curto-circuito?
Então, Vale a Pena a Faculdade?
Minha resposta, como estudante que respira tecnologia em São José dos Campos, é um sim enfático, mas com ressalvas.
A faculdade (ou um curso técnico de alta qualidade e profundidade) oferece a base teórica e prática que é difícil de replicar apenas com cursos rápidos e tutoriais. Ela te dá os fundamentos da Ciência da Computação e da Engenharia de Software: algoritmos, estruturas de dados, matemática, arquitetura de computadores, sistemas operacionais, redes, e a capacidade de pensar de forma crítica e analítica para resolver problemas complexos. Esses são os pilares que a IA ainda não consegue substituir.
Em 2025, e nos anos seguintes, o mercado valorizará não apenas quem sabe "codar", mas quem sabe pensar como um engenheiro de software, resolver problemas de forma robusta e alavancar a IA como uma poderosa ferramenta. A faculdade te prepara para isso.
Não significa que o autodidata não terá sucesso, muitos têm. Mas a jornada se torna mais desafiadora sem essa base sólida, especialmente em projetos complexos ou quando a IA não tem a resposta pronta.
A faculdade não é o fim da sua jornada de aprendizado, é o seu melhor ponto de partida para construir uma carreira sólida e adaptável, pronta para abraçar as transformações que a IA trará.
Um Grande Abraço,
Fábio Andrade