Inteligência Artificial: O Que é e Por Que Ela Não vai Acabar com o Mundo

A IA vai dominar o mundo? Entenda de forma simples o que é a Inteligência Artificial, suas aplicações no dia a dia e por que ela é uma ferramenta poderosa para sua jornada na tecnologia, e não uma ameaça.

Fábio Andrade

9/13/20255 min read

É quase impossível viver hoje sem interagir com alguma forma de Inteligência Artificial. A verdade é que, antes mesmo do surgimento das IAs Generativas, como o ChatGPT, o Gemini e o DeepSeek, essa tecnologia já estava em toda parte.

Quando você usa o buscador do Google, recebe recomendações personalizadas na Netflix ou conta com o corretor automático de texto, está usando algoritmos de IA. São modelos mais simples, com funcionalidades pré-definidas, mas que já mostram como a tecnologia está integrada à nossa rotina.

A questão central é que a IA deixou de ser ficção científica e se tornou uma realidade onipresente. No entanto, enquanto as manchetes alarmantes se multiplicam, o conhecimento sobre o tema não se espalha na mesma velocidade. Aqui no Código Refatorado, acreditamos que esse medo está enraizado na falta de informação. Por isso, vamos refatorar esse conhecimento e desmistificar de vez esse tema tão crucial na atualidade.

O Que É Inteligência Artificial?

De acordo com o próprio Google, a Inteligência Artificial é um campo da ciência focado em criar máquinas capazes de raciocinar, aprender e atuar de maneira que exigiria inteligência humana ou que envolveria um volume de dados que um ser humano não seria capaz de processar.

Em outras palavras, a IA busca replicar, de forma computacional, a capacidade de realizar tarefas que são tipicamente humanas. Essa definição pode soar um pouco assustadora, mas se a analisarmos de outras perspectivas — e não apenas da visão dos programadores —, percebemos que recriar o cérebro humano está longe de ser uma realidade.

A Neurociência, por exemplo, estuda a fundo o cérebro e ainda está longe de desvendar todos os seus mistérios. Como podemos recriar algo que não compreendemos por completo? Perguntas como "o que é consciência?" e "por que sonhamos?" permanecem sem resposta. E, nesse contexto, surge uma questão ainda mais fundamental: "o que é inteligência?".

As IAs, em sua essência, analisam padrões já criados por nós para gerar novas respostas. Sua capacidade, até o momento, é apenas a de melhorar coisas que já fazemos. A ideia de ser completamente substituído parece, no mínimo, muito distante.

Vamos agora, nos aprofundar e entender um pouco mais sobre essas ferramentas revolucionárias.

Os Tipos de Inteligências Artificiais

As IAs podem ser classificadas em dois grandes grupos: por Recursos e por Funcionalidades.

Por Recursos:

  • Inteligência Artificial Estreita (ou "IA Fraca"): É o único tipo de IA que existe atualmente. Ela é "fraca" porque só consegue executar um número limitado de tarefas com base em sua programação e no treinamento recebido. Todos os modelos que usamos hoje, incluindo o ChatGPT, se encaixam nesta categoria, pois resolvem problemas específicos de forma extremamente rápida.

  • Inteligência Artificial Geral (AGI): Um modelo ainda teórico. A AGI seria capaz de aprender por conta própria, sem a necessidade de treinamento humano, e de realizar tarefas que exigem um nível de pensamento similar ao nosso.

  • Superinteligência Artificial (ASI): Também teórica, essa superinteligência superaria a capacidade intelectual humana. Seria capaz de compreender sentimentos, emoções e tomar decisões de forma totalmente autônoma.

Por Funcionalidades:

  • Máquinas Reativas: Projetadas para tarefas específicas, elas não têm memória e não aprendem com interações passadas. O clássico exemplo é o Deep Blue, da IBM, que venceu o campeão de xadrez Garry Kasparov em 1997. Sua única tarefa era jogar xadrez, e nada mais.

  • IA de Memória Limitada: Esses modelos já armazenam dados de interações anteriores para identificar padrões e tomar decisões. A "limitação" se refere à sua incapacidade de armazenar um volume massivo de informações, dedicando a memória a situações específicas para a resolução de um problema.

  • IA da Teoria da Mente: Nessa hipótese teórica, a máquina seria uma réplica perfeita da mente humana, capaz de reconhecer emoções e interagir como um igual.

  • Autoconsciência: Um passo além da Teoria da Mente, a IA teria consciência, vontades e sentimentos próprios. Ela seria capaz de se reconhecer.

Machine Learning: O Aprendizado Autônomo

Machine Learning ("Aprendizado de Máquina") é uma área da IA que visa tornar os sistemas mais autônomos. Neste modelo, uma IA é desenvolvida para aprender por conta própria, a partir de uma base de dados que ela processa. Com a experiência, ela aprimora suas respostas.

Essa abordagem se tornou popular porque as máquinas podem processar grandes volumes de dados de forma extremamente eficiente, algo que um ser humano não consegue. No entanto, ainda existe a possibilidade de que elas "alucinem", ou seja, de que retornem informações falsas, pois preferem inventar uma resposta a admitir que não sabem. Por isso, a revisão humana ainda é fundamental.

O Papel da IA no Mercado de Trabalho

A revolução da IA ganhou notoriedade, principalmente, por sua influência no mercado de trabalho. Vimos muitas notícias sobre demissões, supostamente causadas por essa tecnologia. A verdade é que, em muitas áreas, a IA se tornou uma ferramenta poderosa, capaz de otimizar soluções.

A partir disso, algumas empresas interpretaram que a automação poderia ser uma forma rápida de aumentar o lucro, e as substituições impactaram principalmente os profissionais de tecnologia.

O ponto curioso é que uma pesquisa feita pelo Stack Overflow em 2025 mostrou que grandes empresas, especialmente as especializadas em soluções de tecnologia, não demitiram programadores devido ao uso de IAs. Na realidade, a tecnologia foi empregada para otimizar a produção dos desenvolvedores.

O grande ponto aqui é que a IA, por enquanto, não está apta a substituir o trabalho humano. Ela processa dados já existentes, mas resolver problemas exige um processo de abstração que é natural em nós, seres humanos, e que ainda não foi replicado nessas ferramentas.

IA e a Ética: A Adaptação é a Chave

É inegável que o uso massivo da IA e a falta de conhecimento sobre suas limitações geraram grandes discussões éticas. Historicamente, o progresso sempre trouxe desafios e conflitos, muitos deles motivados por interesses econômicos. E, de fato, para pequenos negócios e startups, a redução de custos é vital para a sobrevivência.

No entanto, o progresso tecnológico tem como objetivo resolver problemas. Nesse cenário de mudanças, o principal é entender até onde o uso da IA é benéfico e como podemos minimizar seus impactos negativos.

O ser humano, ao longo de sua história, sempre se mostrou capaz de se adaptar a novas ferramentas e desafios. A IA não está aqui para ser sua inimiga, mas sim uma aliada. Saber utilizá-la para otimizar tarefas repetitivas e focar em problemas complexos é uma das melhores aplicações dessa tecnologia.

As possibilidades são infinitas. Cabe a nós termos o discernimento para usar essa ferramenta fantástica a nosso favor.

Um grande abraço,

Fabio Andrade